Quantos segredos você tem? E quantos segredos de amigos você já ouviu e prometeu não contar? É dificil guardar um segredo bom, ainda mais se não for o seu. No espetáculo de improvisação "Segredos", da companhia teatral carioca Teatro do Nada, em cartaz no Teatro Candido Mendes às quintas 21h, os segredos verdadeiros do público, escritos anonimamente em papeis antes do espetáculo, são a inspiração para a criação das cenas e personagens daquela noite. "Eu não gosto do cheiro da minha tia", "Eu já fiz menage-a-trois", "Eu minto que sou Flamengo mas na verdade torço pro Vasco.", "Eu nunca tive prazer sexual" são alguns dos segredos revelados ao longo de 3 anos de temporada da peça. Quando "Segredos' estreou no Galeria Café, em Ipanema em 2010, as revelações eram a cara da Zona Sul carioca: "Eu sou menina e gosto de beijar outras meninas.", "Eu não gosto dos turistas no verão", "Eu não vou à praia nos finais de semana pra fugir dos suburbanos", entre outros. Em 2011, no Teatro Ziembinski, na Tijuca, os segredos eram mais "rodrigueanos": "Eu não casei por amor", "Eu sou apaixonado pela minha prima", "Eu não gosto de nordestinos." O anonimato garante aos espectadores a chance de revelar suas idiossincrasias e pensamentos mais profundos, não importando a correção política dos dias atuais. O prazer pessoal e único de ter seu segredo lido e usado pelos atores é ao mesmo tempo libertador e empolgante, pois a cada vez que um dos atores retira um segredo da urna, todos na platéia pensam: "Será que agora é o meu?" E se for, só ele, o autor, saberá disso. Só ele saberá o que os outros pensam da sua confissão. Quem não gostaria de poder "ser uma mosquinha para saber os que os outros falam de mim". No Twitter, no Facebook e na internet não existe anonimato. Só em "Segredos". Qual é o seu?